segunda-feira, 17 de março de 2014

O meu animal de estimação está a ficar geriátrico?

Clínica Veterinária de Mangualde
             Dr. Benigno Rodrigues
             Dra. Sandra Oliveira






O MEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO ESTÁ A FICAR GERIÁTRICO?

Actualmente a melhoria dos cuidados prestados aos nossos animais de companhia tem permitido aumentar a sua longevidade. Com o aumento da esperança média de vida aumenta também o aparecimento de doenças relacionadas com a idade.
Á semelhança do que acontece connosco, á medida que o animal vai envelhecendo o seu corpo vai-se desgastando. Com o passar dos anos, o nosso animal de estimação passa por mudanças na sua condição física, na sua saúde e também no comportamento. Sendo assim, com a idade, o animal irá necessitar, cada vez mais, de um acompanhamento médico-veterinário regular e de cuidados especiais, de forma a proporcionar-lhe qualidade de vida.


v  Quando é que o meu animal é considerado sénior/idoso?

O processo de envelhecimento varia com a espécie, raça, tamanho e estilo de vida.
 A seguinte tabela indica a idade a partir do qual o seu animal torna-se geriátrico:

Gatos e Cães de raça pequena (até 10Kg)
9 anos
Cães de raça média (10-25Kg)
8 anos
Cães de raça grande (25-40Kg)
7 anos
Cães de raça gigante (mais de 40kg)
6 anos

ü  Factores que afectam a esperança média de vida:

- Os cães de raça pequena vivem mais tempo que os de raça grande/gigante.
- Os cães de raça cruzada têm um tempo de vida maior que os de raça pura.
- Animais obesos têm uma menor esperança média de vida.
- Animais castrados têm uma maior esperança média de vida que os animais inteiros (não castrados).
- Os animais que vivem estritamente dentro de casa vivem, em média, mais tempo de que os que vivem no exterior.

  • Correlação entre a idade do Homem e a do Cão: 
  • Correlação entre a idade do Homem e a do Gato:

v  Que mudanças podem ocorrer no meu animal com o envelhecimento?

Tal como nos seres humanos, são muitos os efeitos da idade nos animais geriátricos.
Assiste-se a um aumento da percentagem de gordura no corpo, uma diminuição da capacidade do sistema imunitário e do número de células do sistema nervoso.


ü  Doenças mais frequentes nos cães e gatos idosos:

Obesidade
Doenças Cardiovasculares
Insuficiência Renal Crónica
Cancro
Doenças Orais
Infecção Urinária





Além disso, os cães seniores podem desenvolver também diabetes mellitus, hipotiroidismo e hiperadrenocorticismo, enquanto nos gatos seniores é comum o hipertiroidismo.


São várias as alterações associadas ao envelhecimento:

ü  Alterações do sistema músculo-esquelético:

- Diminuição do tecido ósseo e da massa muscular, tornando os ossos mais frágeis e susceptíveis a fracturas; a cicatrização óssea é mais demorada.
- Diminuição da função muscular, relacionada não só com a diminuição do número de células musculares, como também pelo desenvolvimento de fibrose e diminuição do aporte de oxigénio aos músculos.
- Surgem doenças articulares como a doença articular degenerativa (artroses) e as artrites, como resultado da “menor” alimentação das células articulares. Muitas vezes estas lesões articulares são agravadas pelo excesso de peso dos animais.

Muitas destas patologias requerem tratamentos longos, por vezes para toda a vida, exigindo um grande envolvimento dos proprietários. A maioria destas doenças leva a uma diminuição da actividade física dos animais, fazendo com que permanecem mais tempo deitados.

ü  Alterações do sistema cardiovascular e respiratório:

- Diminuição da função cardíaca e da capacidade pulmonar. Nos animais idosos há uma maior incidência de doenças cardíacas como as cardiomiopatias e a endocardite, de arritmias e hipertensão sistémica. Como sinais disso o seu animal pode apresentar cansaço, intolerância ao exercício, sincope (desmaios) e tosse.

ü  Outras mudanças:

- Cataratas;
- Perda de audição e visão;
- Ganho ou perda de peso;
- Doenças Orais (estomatites, gengivites, tártaro, doença periodontal);
- Perda de pêlo;
- Pele mais fina, seca e hiperpigmentada;
- Unhas quebradiças;
- Obstipação;
- Vómitos e diarreia;
- Sensibilidade a mudanças de temperatura;
- Aumento do consumo de água e da micção;
- Incontinência urinária;
- Cancro de mama nas fêmeas;
- Doenças da próstata nos cães machos;
- Alterações comportamentais como o desenvolvimento de fobias ao ruido, alteração nos padrões de micção e defecação e mudanças nos padrões de sono;
- Confusão e desorientação;
- Disfunção cognitiva canina.


GARANTA QUE O SEU ANIMAL ENVELHECE COM QUALIDADE DE VIDA


Artigo realizado por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)

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