OS PERIGOS DO VERÃO
PARA O SEU CÃO OU GATO
O
Verão é a altura do ano, escolhida pela maior parte das famílias, para viagens
de férias, dar passeios e realizar atividades ao ar livre. Também é uma
excelente época do ano para os animais de estimação, porque as crianças em
idade escolar estão de férias, o que faz com que tenham mais tempo para brincar
com eles. No entanto esta época do ano esconde numerosos perigos para a saúde
do seu animal, sendo importante estar alertado para uma diversidade de
situações que a seguir se nomeiam.
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Brincar com o cão ou submete-lo a um
grande esforço físico sob temperaturas elevadas pode originar um caso grave de
golpe de calor.
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As praganas que se encontram nas
ervas secas, em contacto com o seu animal podem causar infecções dolorosas.
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As substâncias químicas (herbicidas,
insecticidas) usadas nos jardins e terrenos para evitar infestações, eliminar
ervas daninhas e tornar os locais mais bonitos podem muitas vezes envenenar o
seu animal.
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Os parasitas externos: pulgas, carraças,
piolhos, moscas, mosquitos e o insecto Phlebotomus
que transmite a Leishmaniose, são particularmente frequentes nesta época de
calor.
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As moscas podem picar os bordos das
orelhas dos cães podendo originar infecções e provocar feridas. Os mosquitos
são perigosos porque podem transmitir doenças graves e fatais como a
Leishmaniose e a Dirofilariose.
A
prevenção é a melhor forma de proteger o seu animal de estimação. Tenha em conta,
sempre, possíveis riscos, e faça o seu melhor para os minimizar ou eliminar.
Golpe
de Calor:
Ao
contrário do Homem, o cão não transpira pela pele. Para manter a sua
temperatura corporal, o cão geralmente procura superfícies frias ou locais
sombrios. Quando não o pode fazer, a ventilação pulmonar aumenta e o cão
manifesta uma respiração ofegante. Infelizmente, este mecanismo é muito menos
eficaz que a transpiração.
Como
reconhecer?
O
golpe de calor acontece sobretudo quando deixa o cão fechado num local quente e
com pouca ventilação, como por exemplo, dentro de um automóvel. Submetido a
altas temperaturas, o cão começa a respirar fortemente para transpirar e tentar
diminuir a sua temperatura corporal. Ao arfar desesperadamente, o animal esgota
rapidamente o volume de ar disponível e acaba por respirar o ar rico em dióxido
de carbono e pobre em oxigénio.
Quais
os animais mais susceptíveis?
Qualquer
animal pode sofrer um golpe de calor. Contudo, são particularmente
susceptíveis:
·
Animais com excesso de peso
·
Animais com problemas cardíacos ou
respiratórios
·
Animais muito jovens ou muito velhos
·
Animais com história anterior de golpe
de calor
·
Raça de pêlo duplo, como o Pastor
Alemão, porque a pelagem retém mais calor
· Raças com focinho achatado
(braquicefálicos) como o Buldogue Francês, são mais susceptíveis que outras
raças, porque tem maior dificuldade em respirar.
ü Respiração
ofegante
ü Saliva
abundante e espessa
ü A
língua e as gengivas tornam-se muito vermelhas
ü Pele
seca e muito quente
ü Debilidade
e fraqueza muscular
ü Batimento
cardíaco e pulsação acelerados
ü Há
possibilidade de ocorrer convulsões
ü Olhar
arregalado e ansioso
ü Febre
alta
ü As
dificuldades respiratórias podem originar o colapso e a morte
Caso
o seu animal de estimação apresente estes sintomas não hesite em nos contactar.
Tente reduzir a temperatura imergindo-o gradualmente em água fria ou usando
sacos de gelo na cabeça e pescoço e leve-o imediatamente ao veterinário.
Como
prevenir?
ü Nunca
deixe o seu animal de estimação fechado no interior de um automóvel ao sol.
Nunca se esqueça que, caso deixe o carro à sombra, este pode vir a ficar ao sol
em poucas horas.
ü Deixar
sempre as janelas bastante abertas.
ü Mantenha
sempre disponível água limpa e fresca.
ü Evite
passear e que o seu animal faça exercício nas horas de maior calor.
ü Certifique-se
que o seu animal tem acesso a locais com sombra onde se possa refugiar.
ü Quando
o animal é mantido num canil ou num recinto fechado assegure-se de que tem ventilação
e circulação de ar adequadas.
Intoxicação por pesticidas:
Sintomas mais frequentes: tremores,
desorientação, salivação excessiva, falência respiratória, convulsões, vómitos
e depressão.
Sendo
uma situação de urgência deve contactar-nos logo que suspeite da ingestão de
pesticidas pelo seu animal.
Para
prevenir evite que o seu animal circule em zonas que foram recentemente
pulverizadas com pesticidas.
Pulgas
e Carraças:
As pulgas e carraças são parasitas
externos que vivem à custa dos animais sugando-lhe o sangue.
As picadas de pulgas causam muita
irritação cutânea e prurido o que é bastante incómodo para os animais,
inclusive o Homem. Além disso, causam alergias e transmitem agentes patogénicos
e parasitas.
As carraças são do tamanho da cabeça de
alfinete, tem oito pernas e podem ser de cor preta, castanha, vermelha ou cor
de canela. São grandes o suficiente para serem visíveis, principalmente quando
estão cheias de sangue, fixadas à pele (a sua forma adulta), geralmente nas
áreas da cabeça e pescoço. São um parasita importante porque transmitem doenças
graves como a Babesiose, Riquetsiose, e a Erliquiose ao animal e ao Homem.
Qualquer carraça que encontre no seu
animal deve ser logo e completamente removida. Use uma pinça junto à pele e,
com cuidado, retire a carraça, assegurando-se que ela não deixa para trás as patas
e a cabeça cravadas na pele, pois podem levar a uma reacção desagradável. Peça
ao seu veterinário para lhe mostrar o modo correcto de removê-las.
É
mais fácil o seu cão e/ou gato apanhar pulgas e carraças em zonas com
vegetação, arbustos ou plantas em geral. Mesmo os parques e jardins da cidade
são potencialmente perigosos, apesar de no campo residir maior perigo.
A
sua presença é desnecessária e evitável, sendo relativamente fácil de controlar
com produtos eficazes e adequados. Fale connosco para saber o que pode fazer. Saiba
que é importante não só desinfestar o animal mas também todos os locais por ele
ocupados e que a reaplicação dos produtos nos intervalos aconselhados é
fundamental para a obtenção de resultados satisfatórios.
Artigo elaborado por:
Sandra Oliveira - Médica Veterinária (Clínica Veterinária de Mangualde)