segunda-feira, 17 de março de 2014

Cuidados a ter com o animal geriátrico

Clínica Veterinária de Mangualde
             Dr. Benigno Rodrigues
             Dra. Sandra Oliveira





CUIDADOS A TER COM O ANIMAL GERIÁTRICO

v  O que devo fazer para garantir um envelhecimento com qualidade de vida ao meu animal?

Quando o seu animal atinge uma faixa etária onde passa a ser considerado idoso, é importante e necessário fazer, pelo menos, uma vez por ano, uma consulta de rotina (consulta de geriatria) ao Médico Veterinário.



ü  O que é a consulta geriátrica?

É uma consulta de rotina onde é feito basicamente um check up – uma avaliação física e do estado de saúde do seu animal, e sugerida a realização de análises de rotina nomeadamente análises bioquímicas, hemograma, análise de urina e electrocardiograma. Caso se detecte algum problema médico, o Médico Veterinário poderá precisar de fazer outros exames mais específicos como Raios X, ecografia abdominal, ecocardiografia entre outros, para o diagnóstico de doenças.
Estes exames médicos são importantes porque permitem ao Médico Veterinário estabelecer um conjunto de “ valores de referência” para o seu animal de estimação para tornar mais fácil o acompanhamento das mudanças na saúde do seu animal ao longo do tempo.
Também é feito um aconselhamento dos cuidados de saúde, nutrição e bem-estar que deve ter especificamente com o seu animal nessa fase da sua vida.

ü  Porque devo fazer anualmente uma consulta geriátrica ao meu animal de estimação?

Tal como nos seres humanos, os órgãos internos de um animal de estimação idoso vão perdendo as suas funções. Mesmo que o seu animal idoso lhe pareça perfeitamente saudável é importante que realize um check-up pelo menos anualmente, para que o Médico Veterinário possa detectar alguma alteração ou doença associada ao envelhecimento. Essas alterações podem ocorrer lentamente e os sinais podem ser tão subtis que não se perceba, mas o seu Médico Veterinário pode detectá-los através dos exames.
Ao realizar uma consulta geriátrica anual vai ajudar a prevenir ou a diagnosticar precocemente um grande número de doenças. Com isso estará a prolongar e a promover uma melhor qualidade de vida ao seu animal de estimação e simultaneamente a reduzir a médio prazo, a despesa em consultas veterinárias, intervenções cirúrgicas e medicamentos.

O acompanhamento clínico do animal é fundamental para maximizar a sua esperança média de vida. A maioria dos problemas relacionado com a idade têm uma maior facilidade de resolução se diagnosticados atempadamente, permitindo assim manter ou aumentar a qualidade de vida do seu animal.
Com o passar da idade, os exames ao seu animal tornam-se mais frequentes e mais extensos, o que irá ajudar a detectar as alterações na sua condição física.
Em suma, o objectivo é melhorar e preservar a qualidade de vida do seu animal de estimação.

v  Sinais a que devo estar atento:

Fale com o seu Médico Veterinário se detectar no seu animal alguns destes sinais de doença:

- Aumento do consumo de água e/ou da micção.
- Vómitos e/ou diarreia persistente.
 - Perda persistente de apetite e/ou perda de peso.
- Tosse e intolerância ao exercício.


Esteja atento a quaisquer mudanças incomuns no comportamento do seu animal, como na actividade, atitude, apetite, ingestão de água, urina, fezes ou peso corporal.
Não ignore os sinais de alteração dos hábitos do seu animal, como por exemplo procurar estar sozinho, eles podem indicar problemas de saúde relacionados com o envelhecimento.


v  Conselhos para ajudar o seu animal geriátrico:

- Leve o seu animal a uma consulta ao Médico Veterinário, pelo menos 2 vezes por ano;

- Realize um check-up geriátrico anual.

- Adapte a alimentação à sua situação clínica. Existem diversos tipos de dieta indicados para as diferentes patologias. Um animal geriátrico necessita sempre de alimentação específica.
O alimento para um cão idoso deverá ter um conteúdo proteico elevado, com proteínas de elevada digestibilidade para uma boa saciedade e apoio muscular e constituintes específicos para ajudar a manter as articulações, pele e pêlo saudáveis.


- Se o seu animal for obeso estabeleça, após conselho médico-veterinário, um plano de nutrição adequado.

- Não descuide os protocolos de vacinação e desparasitação. Tal como os animais jovens, os animais geriátricos têm o sistema imunitário mais frágil.

ü  Cuidados de higiene oral:

70% dos gatos e 80% dos cães seniores têm doença periodontal, portanto os cuidados de higiene oral são agora mais importante que nunca. A doença periodontal e a gengivite provocam mau hálito e alguns problemas de saúde para o seu animal de estimação. 
A perda de dentes e as doenças orais são muito comuns nesta idade, por isso é importante manter os cuidados de saúde oral.
Consulte o Médico Veterinário para que ele possa fazer uma limpeza oral ao seu animal, com mais regularidade e para lhe ensinar como fazer a higiene oral em casa. A consulta de rotina ao seu animal é importante para a avaliação do estado da boca e dentes.


ü  Como posso ajudar o meu animal de estimação a manter o peso adequado?

Com a idade sénior os cães começam a ganhar peso porque a actividade física diminui e o metabolismo torna-se mais lento.
O alimento deverá ter menos calorias que o de um cão adulto activo e para isso deverá ser baixo em gorduras e rico em fibra.
 Pergunte ao seu Médico Veterinário qual a dieta mais adequada para o seu animal de estimação, pois só ele poderá avaliar quais as necessidades do seu animal.
O importante num programa de perda de peso é equilibrar a quantidade de alimento e o tipo de dieta com o nível de actividade física do animal.



ü  Com que frequência posso exercitar o meu animal de estimação sénior?

O exercício físico é importante para fortalecer os ossos e para manter um bom tónus muscular, devendo nesta idade ser feito de forma regular e controlada, sem nunca ultrapassar os limites tolerados pelo animal.
Faça passeios lentos, de curta duração 4-5 vezes ao dia.
 Dar caminhadas regulares e brincar com o seu animal são excelentes formas de fazer algum exercício físico, com também de passarem algum tempo juntos.



v  Manutenção da qualidade de vida

ü  Como posso promover o bem-estar ao meu animal que tem dificuldades em mover-se?

Se o animal tem dificuldade em andar o ideal será dar passeios mais curtos, lentos, a abrandar sempre o passo 4 -5 vezes por dia.
 Experimente actividades alternativas como a natação. 
A natação é um excelente exercício. Deve ser feita em piscinas aquecidas para que o exercício tenha um impacto muito reduzido na estrutura óssea e articulações, já em sim alteradas. Fazer sessões curtas de 10-15 minutos, 2-3 vezes por semana.
Nos animais com mobilidade reduzida realize sessões de massagens e exercícios passivos.
Nos que estão completamente imóveis, sempre deitados, coloque uma manta bem almofadada, um resguardo e mude a posição do animal de 2 em 2 horas, de forma a evitar lesões musculares e cutâneas por imobilização prolongada.



ü  Cuidados com o meio-ambiente:

- O ideal para um animal sénior é estar num ambiente interior aquecido e aconchegante. Tire-o de ambientes exteriores, frios, e húmidos.
- Deve ter disponível uma cama própria colocada ao nível do chão, feita de materiais suaves, almofadados e facilmente laváveis. Pode colocar botijas de água quente por baixo da cama de forma a manter o local quente, em especial durante as noite e nos gatos e cães de raça pequena. O calor ajuda a diminuir a rigidez e os espasmos musculares associados ao frio.
- O piso por onde o animal circula deve ser antiderrapante e macio.
- Os animais com mobilidade reduzida e dor articular devem evitar a descida e subida de escadas. Para isso, mantenhas o animal no piso térreo ou coloque rampas antiderrapantes não muito inclinadas sobre as escadas.
- Evite actividades físicas excessivas.




Fale com o seu Médico Veterinário sobre os problemas relacionados com o envelhecimento do seu animal, como também para saber quais as medidas preventivas que deverá tomar para assegurar uma vida longa e saudável para o seu animal de estimação.

Marque o check-up geriátrico para o seu animal. 


                                                           Artigo realizado por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)

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