VANTAGENS DA ESTERILIZAÇÃO
DE GATOS E GATAS
- Vantagens da esterilização:
1.
Evita
gestações e ninhadas indesejáveis.
2.
Eliminação
dos cios e do comportamento sexual
As gatas entram em cio aproximadamente a cada 2
semanas durante uma única época de reprodução. A época de reprodução está
dependente do número de horas de luz diárias, durando aproximadamente de
Fevereiro a Setembro, mas as gatas que vivem dentro de casa podem ter o cio
durante todo o ano.
No período de cio, as gatas não apresentam qualquer
descarga vaginal, daí que são as alterações comportamentais os sinais de
manifestação de cio. A gata adopta umas posturas específicas, vocaliza com mais
frequência e com grande sonoridade, tanto de dia como de noite, demonstra mais
afecto, roça-se nos objectos e pessoas, rebola pelo chão e pode urinar pela
casa. No auge do cio, a gata apoia o peito e as patas dianteiras no chão e
eleva as patas traseiras desviando a cauda para o lado, num convite óbvio ao
macho. A cópula desencadeia a ovulação e a interrupção de cio. Contudo, na
ausência de macho, o período de cio pode durar mais de uma semana e após um
repouso sexual (período entre cios dentro da época reprodutiva) variável
consoante a raça, inicia-se um novo ciclo que se repete várias vezes ao ano.
Para a gata a época reprodutiva leva a um grande
desgaste físico e psicológico, além de que fará tudo ao seu alcance para sair
em busca de um macho.
No gato macho o instinto sexual leva-o a vaguear
mais pela rua, à procura de gatas em cio e consequentemente a envolver-se em
confrontos e lutas com outros gatos, que são uma forma de contágio de doenças
infecciosas muito comuns como a leucemia felina e a imunodeficiência vírica
felina (SIDA felina).
A marcação urinária (o gato projecta jactos de
urina em superfícies verticais para delimitar o território) está associada à
actividade sexual mas também pode ser desencadeado pela ansiedade e stress. O
odor intenso que deixa constitui um sinal olfactivo para outros gatos, mas para
os donos representa um grande transtorno.
A castração dos gatos machos evita o comportamento
de vadiagem, logo as lutas com outros machos e também que marquem o território
através de micções frequentes em locais indesejáveis no sítio onde habitam.
3. Diminui e/ou elimina o risco de
aparecimento de doenças do foro reprodutivo, como por exemplo: tumores de
mama, útero e ovários, piométra e quistos ováricos. As gatas castradas antes de
1 ano de idade apresentam um risco de 0,6% de desenvolver tumores mamários em
relação a gatas inteiras (não esterilizadas).
4.
Reduz
o risco de aparecimento de doenças infecto-contagiosas. O contacto directo com
um gato infectado, através de lambidelas, mordeduras, ou por via sexual durante
o acasalamento; e a transmissão através da placenta na gestação e através do
leite materno na amamentação são as principais formas de transmissão dos vírus
da leucemia felina e da imunodeficiência virica felina. Actualmente apenas
encontra-se disponível a vacina contra a leucemia felina, portanto face ao
elevado risco de contrair estas doenças, a esterilização é uma das suas
principais formas de prevenção.
5.
Diminui
as tentativas de sair de casa e o risco de acidentes. Estimulados pelo
instinto sexual, os gatos e gatas tem tendência a fugir, por vezes, por vários
dias. No decurso destas saídas podem sofrer acidentes de viação, intoxicações,
e vários traumatismos (mordeduras, quedas, tiros, etc). A esterilização ao
remover o instinto sexual faz com que o gato não se afaste muito de casa e como
tal está menos exposto a esse tipo de acidentes.
A esterilização poderá ser feita a partir dos 6
meses de idade tanto na gata como no gato, que é por essa altura que
normalmente entram na puberdade. Na gata, não tem que esperar que tenha uma
ninhada antes de ser esterilizada. Trata-se de uma ideia sem qualquer
fundamento biológico e que não traz qualquer benefício para a sua saúde.
Após a esterilização há uma alteração a nível
hormonal, o comportamento do animal modifica-se e por isso a alimentação deverá
ser ajustada. O gato tem tendência a comer mais, apesar das suas necessidades
energéticas sofrerem um decréscimo superior a 30%. O período mais critico
situa-se nos dois meses após a cirurgia. Se a alimentação não for rapidamente
adaptada logo após a esterilização, no espaço de 2 meses, um gato de 4kg pode
com muita facilidade aumentar 2Kg, ou seja, o equivalente a 30Kg no caso de um
homem de 60kg. O risco de obesidade é maior nos machos do que nas fêmeas.
Um gato esterilizado está mais predisposto à
obesidade. Devido ao excesso de peso, o animal torna-se menos activo.
Desloca-se menos vezes para beber água, e portanto a urina fica mais concentrada
na bexiga, criando as condições ideais para a formação de cálculos. Um gato
esterilizado apresenta um risco 7 vezes maior para desenvolver cálculos de
oxalato de cálcio e de 3,5 vezes superior de formar cálculos de estruvite do
que um gato não esterilizado.
- Complicações da obesidade:
-
Menor esperança média de vida;
-
Diminuição da actividade física;
-
Problemas articulares;
-
Diabetes mellitus;
-
Problemas hepáticos;
-
Risco cirúrgico e anestésico aumentado;
- Má
condição da pele e pelo;
- Redução
da resistência a infecções;
-
Problemas cardíacos e respiratórios.
Portanto, é aconselhável uma dieta específica para
gatos esterilizados que ajuda não só a prevenir a obesidade e suas complicações
como também a prevenir a formação de cálculos urinários.
Contribua para
o bem-estar e saúde do seu animal de companhia e evitar as ninhadas
indesejáveis que irão aumentar a sobrepopulação animal.
Escrito por:
Sandra Oliveira – Médica Veterinária (Clinica Veterinária de Mangualde)