sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

VANTAGENS DA ESTERILIZAÇÃO DE GATOS E GATAS


VANTAGENS DA ESTERILIZAÇÃO DE GATOS E GATAS

A esterilização é uma intervenção cirúrgica realizada por um médico veterinário destinada a impedir a reprodução. Sob anestesia geral retiram-se, nos gatos machos os testículos, deixando-se a bolsa escrotal vazia (em pouco tempo a pele retrai e fica uma bolsa pequenina) e nas fêmeas os ovários e o útero. As vantagens em esterilizar um gato ou uma gata são em tudo muito semelhantes ao que se passa na espécie canina.

- Vantagens da esterilização:

1.       Evita gestações e ninhadas indesejáveis.

2.       Eliminação dos cios e do comportamento sexual

As gatas entram em cio aproximadamente a cada 2 semanas durante uma única época de reprodução. A época de reprodução está dependente do número de horas de luz diárias, durando aproximadamente de Fevereiro a Setembro, mas as gatas que vivem dentro de casa podem ter o cio durante todo o ano.
No período de cio, as gatas não apresentam qualquer descarga vaginal, daí que são as alterações comportamentais os sinais de manifestação de cio. A gata adopta umas posturas específicas, vocaliza com mais frequência e com grande sonoridade, tanto de dia como de noite, demonstra mais afecto, roça-se nos objectos e pessoas, rebola pelo chão e pode urinar pela casa. No auge do cio, a gata apoia o peito e as patas dianteiras no chão e eleva as patas traseiras desviando a cauda para o lado, num convite óbvio ao macho. A cópula desencadeia a ovulação e a interrupção de cio. Contudo, na ausência de macho, o período de cio pode durar mais de uma semana e após um repouso sexual (período entre cios dentro da época reprodutiva) variável consoante a raça, inicia-se um novo ciclo que se repete várias vezes ao ano.
Para a gata a época reprodutiva leva a um grande desgaste físico e psicológico, além de que fará tudo ao seu alcance para sair em busca de um macho.

No gato macho o instinto sexual leva-o a vaguear mais pela rua, à procura de gatas em cio e consequentemente a envolver-se em confrontos e lutas com outros gatos, que são uma forma de contágio de doenças infecciosas muito comuns como a leucemia felina e a imunodeficiência vírica felina (SIDA felina).
A marcação urinária (o gato projecta jactos de urina em superfícies verticais para delimitar o território) está associada à actividade sexual mas também pode ser desencadeado pela ansiedade e stress. O odor intenso que deixa constitui um sinal olfactivo para outros gatos, mas para os donos representa um grande transtorno.
A castração dos gatos machos evita o comportamento de vadiagem, logo as lutas com outros machos e também que marquem o território através de micções frequentes em locais indesejáveis no sítio onde habitam.


3.       Diminui e/ou elimina o risco de aparecimento de doenças do foro reprodutivo, como por exemplo: tumores de mama, útero e ovários, piométra e quistos ováricos. As gatas castradas antes de 1 ano de idade apresentam um risco de 0,6% de desenvolver tumores mamários em relação a gatas inteiras (não esterilizadas).

4.       Reduz o risco de aparecimento de doenças infecto-contagiosas. O contacto directo com um gato infectado, através de lambidelas, mordeduras, ou por via sexual durante o acasalamento; e a transmissão através da placenta na gestação e através do leite materno na amamentação são as principais formas de transmissão dos vírus da leucemia felina e da imunodeficiência virica felina. Actualmente apenas encontra-se disponível a vacina contra a leucemia felina, portanto face ao elevado risco de contrair estas doenças, a esterilização é uma das suas principais formas de prevenção.

5.       Diminui as tentativas de sair de casa e o risco de acidentes. Estimulados pelo instinto sexual, os gatos e gatas tem tendência a fugir, por vezes, por vários dias. No decurso destas saídas podem sofrer acidentes de viação, intoxicações, e vários traumatismos (mordeduras, quedas, tiros, etc). A esterilização ao remover o instinto sexual faz com que o gato não se afaste muito de casa e como tal está menos exposto a esse tipo de acidentes.

A esterilização poderá ser feita a partir dos 6 meses de idade tanto na gata como no gato, que é por essa altura que normalmente entram na puberdade. Na gata, não tem que esperar que tenha uma ninhada antes de ser esterilizada. Trata-se de uma ideia sem qualquer fundamento biológico e que não traz qualquer benefício para a sua saúde.

Após a esterilização há uma alteração a nível hormonal, o comportamento do animal modifica-se e por isso a alimentação deverá ser ajustada. O gato tem tendência a comer mais, apesar das suas necessidades energéticas sofrerem um decréscimo superior a 30%. O período mais critico situa-se nos dois meses após a cirurgia. Se a alimentação não for rapidamente adaptada logo após a esterilização, no espaço de 2 meses, um gato de 4kg pode com muita facilidade aumentar 2Kg, ou seja, o equivalente a 30Kg no caso de um homem de 60kg. O risco de obesidade é maior nos machos do que nas fêmeas.

Um gato esterilizado está mais predisposto à obesidade. Devido ao excesso de peso, o animal torna-se menos activo. Desloca-se menos vezes para beber água, e portanto a urina fica mais concentrada na bexiga, criando as condições ideais para a formação de cálculos. Um gato esterilizado apresenta um risco 7 vezes maior para desenvolver cálculos de oxalato de cálcio e de 3,5 vezes superior de formar cálculos de estruvite do que um gato não esterilizado.

- Complicações da obesidade:

    - Menor esperança média de vida;
    - Diminuição da actividade física;
    - Problemas articulares;
    - Diabetes mellitus;
    - Problemas hepáticos;
    - Risco cirúrgico e anestésico aumentado;
    - Má condição da pele e pelo;
    - Redução da resistência a infecções;
    - Problemas cardíacos e respiratórios.

Portanto, é aconselhável uma dieta específica para gatos esterilizados que ajuda não só a prevenir a obesidade e suas complicações como também a prevenir a formação de cálculos urinários.

Contribua para o bem-estar e saúde do seu animal de companhia e evitar as ninhadas indesejáveis que irão aumentar a sobrepopulação animal.


                                                                                  Escrito por:
 Sandra Oliveira – Médica Veterinária (Clinica Veterinária de Mangualde)