Clinica Veterinária de Mangualde
Dr. Benigno Rodrigues
Dra. Sandra Oliveira
Dr. Benigno Rodrigues
Dra. Sandra Oliveira
Cuidados de higiene no cão e gato - Parte II
Cuidados com as unhas, dentes, ouvidos, nariz, olhos, sacos anais e caixas de areia
v Cuidados com as unhas
- No cão:
Tal
como as nossas unhas, as unhas do cão também crescem.
É
importantíssimo o corte de unhas periódico dos cães, uma vez que as unhas
grandes dificultam o andar dos animais, podendo até causar defeitos no caso de
animais em fase de crescimento.
O
corte deve ser feito na diagonal da unha, somente alguns milímetros antes do
sabugo. O sabugo ou o leito da unha corresponde ao tecido vivo da unha com
sangue e nervos. Se cortar esta zona o cão irá apresentar dor e a unha começa a
sangrar. Se o cão tiver as unhas brancas, corte apenas a zona branca, mas se
tiver as unhas pretas apare apenas a ponta da unha para evitar atingir a área
irrigada.
Devemos
prestar atenção aos 5º dedos ou esporões, porque, como não estão em contacto
com o chão, as unhas crescem e chegam a enrolar e ferir as almofadinhas,
causando infecção, muita dor e desconforto ao cão.
Já
os cães com um modo de vida mais de interior e os que costumam andar em pisos
de cerâmica, madeira ou azulejo não gastam tanto as unhas ou perdem o hábito de
lixá-las contra uma superfície rugosa. Nestes casos, as unhas crescem
rapidamente e necessitam de ser cortadas com maior frequência com um
corta-unhas adequado.
Na
maioria dos casos é suficiente 1 vez por mês.
O
corte das unhas é normalmente um procedimento simples e rápido que poderá fazer
em casa, no entanto, se não se sentir seguro peça ajuda ao Médico Veterinário.
- No gato:
Nos
gatos com acesso ao exterior, por norma, não se recomenda o corte das unhas. Os
gatos que têm acesso ao quintal ou à rua precisam das unhas para a sua
actividade, como subir árvores, fugir e defender-se de outros gatos ou cães.
O
gato tem por hábito arranhar superfícies para marcar o seu território. Nos
gatos que vivem exclusivamente dentro de casa as unhas podem ser cortadas
sempre que necessário para limitar as consequências negativas deste
comportamento como estragar o sofá ou as cadeiras de casa.
Aparar
as unhas de duas em duas semanas seria o ideal, mas um arranhador é uma boa
alternativa.
É
importante proporcionar ao gato desde muito novo um “arranhador” adequado. Com
o corte regular das unhas, os gatos têm maior tendência para utilizar o
arranhador. É bom se o gato tiver desde muito novo, uma alternativa para afiar
as unhas como o arranhador, pois assim evitarão que ele use o sofá e demais
mobiliário como escolha, por falta de opção.
As
unhas devem ser cortadas com um corta-unhas próprio para gatos.
O estado das unhas
no gato constitui um verdadeiro indicador da sua saúde:
Unhas demasiado moles ou duras: Indicam
eventuais carências nutricionais ou infecção bacteriana.
O animal rói muito as unhas: sinal de que
poderá encontrar-se numa fase de ansiedade, que poderá desencadear um estado
depressivo.
Nestes casos é aconselhável consultar o
Médico Veterinário.
v Cuidados com os dentes
Assim
como os humanos, os cães e gatos também necessitam de cuidados específicos e
profilácticos para garantir uma boa saúde oral. A higiene oral deve ser uma
preocupação desde uma idade muito jovem, pois a placa bacteriana começa logo a
aparecer assim que há a erupção dos dentes.
Ter
uns dentes saudáveis é muito importante. Sabe-se que cerca de 80% dos cães
com mais de 2 anos sofrem de problemas nos dentes e gengivas, sendo a doença
periodontal a mais frequente.
- inflamação das gengivas
(gengivite);
- destruição dos tecidos de
sustentação dos dentes (periodontite)
Esta doença é causada pela placa bacteriana presente na cavidade oral dos animais, em resultado da falta de higienização ou de profilaxias profissionais veterinárias (destartarização).
Além
de comprometer os tecidos adjacentes do dente, a doença periodontal pode proporcionar
o aparecimento de doenças sistémicas tais como a glomerulonefrite,
hepatite, poliartrite e endocardite bacteriana.
Infelizmente
a maioria dos donos apenas se apercebe da doença periodontal quando aparece a
halitose (mau cheiro da boca), ou seja, em fases avançadas da doença, sendo que
a única forma de tratá-la nesta fase é através da destartarização sob
anestesia geral. Faça um check-up aos dentes do seu animal uma vez por ano,
junto ao Médico Veterinário.
Para prevenir o
aparecimento da doença periodontal é aconselhável:
·
A
escovagem dos dentes
·
A
administração de uma dieta adequada
Deve
ser utilizada uma escova e pasta de dentes especialmente formuladas para cães
ou gatos. Não use pastas dentífricas de uso humano porque pode causar irritação
no estomago dos animais.
No
final de cada sessão de limpeza deve sempre recompensar o seu animal com uma sessão
de brincadeira, mimo e comentários amistosos.
Idealmente a lavagem dos dentes
deveria ser feita todos os dias, mas se tal não for possível faça 2 a 3 vezes
por semana.
A maioria tolera bem este
procedimento, especialmente se estiverem habituados desde uma idade muito jovem
e como parte da sua rotina.
Uma
boa medida complementar á escovagem dos dentes é a administração de snacks
próprios para higiene oral que também promovem a eliminação da placa por acção
mecânica.
Para
uma maior taxa de sucesso comece já hoje a lavar os dentes do seu animal.
v Cuidados com as orelhas e ouvidos
·
Particularidades do ouvido externo
dos cães e gatos:
-
Um grande pavilhão auricular (corresponde à orelha) erecto ou pendente;
-
Um canal auditivo em forma de L (canal vertical seguido por um canal
horizontal), revestido por uma epiderme glabra, mas repleta de glândulas
sebáceas que segregam o cerúmen.
Esta conformação contribui para que
os nossos companheiros estejam frequentemente expostos a otites, porquê:
-
O cerúmen tende a acumular-se na secção horizontal do canal auditivo.
-
Algumas raças de cães (Caniche, Bichon maltês) têm uma pelagem abundante na
entrada deste canal o que provoca uma oxigenação deficiente e uma acumulação
das secreções que acabará por inflamar o ouvido e causar uma otite.
-
As orelhas pendentes são mal arejadas.
-
As orelhas erectas facilitam a entrada de corpos estranhos, especialmente os de
origem vegetal (praganas).
Todas estas razões justificam a
necessidade de cuidar regularmente das orelhas do nosso cão ou gato.
·
Inspeccionar as orelhas:
Depois de ter escovado o seu animal,
leve o tempo necessário a inspeccionar as suas orelhas, à procura de:
-
corpos estranhos;
-
parasitas (a pele fina e macia da face interna dos pavilhões auriculares é
propícia à fixação de carraças e o canal auricular à proliferação de ácaros =
pequenos pontos brancos ou negros);
-
acumulação de sujidade amarela ou escura, pús;
-
vermilhão (eritema), inchaço, dor à palpação.
As otites (inflamação +/- infecção) são, regra geral, processos muito
dolorosos e geradores de uma intensa comichão (por vezes auto mutilante).
·
Limpeza das orelhas:
Os
ouvidos devem ser examinados e limpos com alguma regularidade, com uma solução
de lavagem apropriada, para evitar o aparecimento de otites.
Na ausência de alterações dermatológicas
particulares, nos cães esta limpeza deve ser feita, pelo menos, de 15 em
15 dias nos animais com pouco cerúmen e semanalmente em animais com mais
sujidade.
Nas
orelhas dos gatos, a regra base é manipulá-las o menos possível. O pavilhão auricular apresenta sempre
alguma gordura na base (depósito de cerúmen). Este não deve ser removido com
frequência para não aumentar a produção de cerúmen.
Se
apresentar um corrimento abundante ou um odor desagradável então deverá
consultar o Médico Veterinário pois poderá ser uma otite.
A
limpeza dos ouvidos deve ser externa e feita com um produto específico para uso em cães e gatos, capaz de
dissolver o cerúmen e suavizar as irritações. Se não tiver disponível este
produto específico pode usar uma compressa embebecida em soro fisiológico.
Não se recomenda a utilização de cotonetes, porque estes empurram os detritos
para dentro do ouvido em vez de os removerem.
Nos
Caniches e Bichons é preciso depilar com alguma frequência os pêlos da entrada
do canal auricular,
de forma a que se proporcione um bom arejamento e não se acumule cerúmen.
O
canal auditivo normal deve estar limpo,
arejado e seco.
Para
evitar o aparecimento de otites:
- É
importante durante o banho: evitar introduzir água dentro dos ouvidos de
cão ou gato, colocando uma bola de algodão no canal auditivo, retirando-a
depois inteira após o banho e ter o cuidado de passar o chuveiro na orelha,
sempre com esta para baixo.
-
É importante após o banho: fazer uma limpeza do canal auditivo de forma a eliminar água que possa
ter entrado.
·
Como proceder?
1. Levante a orelha do seu animal e
mantenha-a nessa posição sem tracção excessiva.
2. Instile o produto no canal auditivo.
3. Massaje a base da orelha durante
cerca de 1 minuto para descolar o cerúmen.
4. Remova os resíduos com um toalhete.
Deixe o animal sacudir a cabeça.
Como
o canal auditivo tem a forma dum L, o perigo de perfurar o tímpano é muito
reduzido.
v Cuidados com o nariz
O
nariz do cão deve estar húmido e fresco. Poderá secar durante o sono mas será
naturalmente humedecido quando o animal acordar.
No
caso dos gatos, alguns podem evidenciar secreções secas no canto das narinas.
Poderá facilmente eliminá-las com uma compressa embebecida em soro fisiológico.
A
presença de crostas, feridas ou corrimentos pode ser um sinal de doença que
deve ser analisado pelo Médico Veterinário.
v Cuidados com os olhos
Todos
os dias devem ser retiradas as remelas que se acumulam sobretudo no canto
medial dos olhos dos animais de estimação. Se não forem retiradas diariamente
podem endurecer e gerar infecções oculares.
Para
limpar os olhos pode utilizar soro fisiológico ou soluções comerciais
específicas para limpeza dos olhos e toalhetes próprios recomendados pelo
Médico Veterinário.
Para
este procedimento deverá erguer a cabeça do animal, abrir as pálpebras e deixar
cair algumas gotas da solução recomendada directamente no olho, posteriormente
poderá retirar o excesso utilizando uma compressa.
Existem
algumas raças em que se devem ter cuidados adicionais com a higiene dos olhos
como é o caso das raças de focinho curto (Shiz Tzu, Pequinês) uma vez que as
lágrimas e remelas se metem entre as dobras da pele, necessitando de uma
limpeza mais profunda.
Os
donos de cães de pêlo comprido devem ter o cuidado de cortar os pêlos à volta
dos olhos de forma a evitar que se introduzem mo interior destes.
É
preciso ter muito cuidados com os olhos durante o banho uma vez que o champô é
bastante irritante para a córnea e conjuntiva dos animais. Caso isto suceda, os
olhos devem ser em seguida lavados abundantemente com soro fisiológico.
Em
caso de corrimento ou inflamação anormal consulte o Médico Veterinário.
v Esvaziar os sacos anais
As
glândulas anais estão situadas à volta do ânus, sensivelmente nas posições das
4 e 8 horas e tem a forma de uma lágrima (sacos anais). Produzem uma secreção
de cor acastanhada ou acinzentada muito malcheirosa, que costuma ser eliminada
quando ocorre contracção do esfíncter anal: durante a defecção normal ou quando
se encontram muito nervosos e agitados.
Esta
secreção produz um odor próprio de cada animal que serve como forma de
identificação individual e marcação do território.
A impactação dos sacos anais acontece
quando a secreção
se torna muito espessa, fica retida e vai-se acumulando levando à distensão do saco anal.
se torna muito espessa, fica retida e vai-se acumulando levando à distensão do saco anal.
Este
problema é muito comum de aparecer nos cães de raças pequenas como o Caniche
miniatura e o Chihuahua, nos animais obesos e naqueles que tem algum problema
gastro-intestinal ou tem uma dieta rica em gordura. Os gatos muito raramente
tem problemas com os seus sacos anais.
Por
cada gato que tem em casa deverá existir mais um caixote, ou seja, se tem 2
gatos, deverá ter 3 caixotes, se tem 3 gatos, deverá ter 4 caixotes…
Estes
devem estar sempre limpos e terem profundidade e areão suficiente que permita
que o gato escave e enterre as suas fezes. O seu gato agradece.
O
caixote deverá estar num local sossegado e longe da área de alimentação e
descanso.
O
areão deverá ter boa capacidade de absorção de urina. Existem disponíveis no
mercado diversos tipo de areão, uns com maior duração que outros. Por exemplo a
sílica tem uma maior capacidade absorvente, logo não precisa de ser trocada tantas
vezes como a areia normal.
Se
por algum motivo, o seu gato recusar a utilização do caixote, deverá consultar
o Médico Veterinário assistente.
v Medidas de higiene:
Os profissionais de saúde têm um papel
indiscutível na educação e promoção da saúde pública.
Recomenda-se
as seguintes medidas de higiene para reduzir o risco de infecções parasitárias:
- A
limpeza a fundo e a desinfecção do ambiente envolvente do animal.
-
Destruição eficaz das fezes: as fezes são altamente contagiantes, quer para as
pessoas que convivem com o animal, quer para o meio-ambiente, pelo que se deve
assegurar que a sua destruição é eficaz. Cuidado semelhante deve ter com a
urina.
-
Cuidados redobrados com os grupos de risco: crianças, idosos, grávidas e
pessoas imunodeprimidas –que são mais vulneráveis a este contágio, devendo ter
particular cuidado no contacto com os animais e ambientes potencialmente contaminados,
como a relva, a terra de um canteiro ou a areia da praia.
CUIDANDO DO SEU ANIMAL ESTÁ A PROTEGÊ-LO A ELE E À SUA FAMÍLIA.
CUIDANDO DO SEU ANIMAL ESTÁ A PROTEGÊ-LO A ELE E À SUA FAMÍLIA.
CUI
Artigo escrito por Sandra Oliveira – médica veterinária (CP 4910)
Clínica Veterinária de Mangualde
Av. General Humberto Delgado Nº 12 R/C Esq.
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Telef.: 232.623.689